Segundo o Jornal Folha de São Paulo "a decisão de não nomear o sociólogo Emir Sader para a Fundação Casa Rui Barbosa foi sacramentada durante reunião da presidente Dilma Rousseff com outros integrantes da cúpula do governo.
A desistência ocorreu após a Folha divulgar críticas de Sader à ministra da Cultura, Ana de Hollanda, inclusive chamando-a de "meio autista"."
Veja o contexto da expressão, falando sobre corte de verbas no MinC: (...)"Tem corte, o orçamento é menor, tem corte e tem dívidas. Desde março não se repassou nada aos Pontos de Cultura. Teve uma manifestação em Brasília. Está estourando na mão da Ana porque ela fica quieta, é meio autista".
O sociólogo é um dos colunistas mais importantes do site "Carta Maior", referência da intelectualidade política do PT, e foi um dos responsáveis pelo manifesto de apoio dos artistas à candidatura de Dilma-PT, que reuniu mais de 4.000 assinaturas, dentre elas as de Chico Buarque (irmão da Ministra), Oscar Niemeyer, Leonardo Boff, Hugo Carvana, entre outros. (...)
Continua a Folha:
"Na mesma passagem, Emir Sader qualifica o formato de convênio dos Pontos de Cultura, programa que é a menina dos olhos dos ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira, como "um desastre", e se refere aos conveniados do Pontos, espalhados pelo Brasil, como "merdinhas". (...)
"O formato convênio foi um desastre. Porque convênio tem que ter prestação de contas. Uma empreiteira vai construir uma ponte. Agora um 'merdinha' que recebe R$ 15 mil não sei aonde, o cara não consegue prestar contas". (...)
Abaixo, comunicado do sociólogo Emir Sader, postado em seu blog no "Carta Maior":
Comunicado - Sobre a Casa de Rui Barbosa
Consultado sobre a possibilidade de assumir a direção da Fundação Casa de Rui Barbosa, elaborei proposta, expressa no texto “O trabalho intelectual no Brasil de hoje”. No documento proponho que, além das suas funções tradicionais, a Casa passasse a ser um espaço de debate pluralista sobre temas do Brasil contemporâneo, um déficit claro no plano intelectual atual.
Como se poderia esperar, setores que detiveram durante muito tempo o monopólio na formação da opinião pública reagiram com a brutalidade típica da direita brasileira. Paralelamente, o MINC tem assumido posições das quais discordo frontalmente, tornando impossível para mim trabalhar no Ministério, neste contexto.
Dificuldades adicionais, multiplicadas pelos setores da mídia conservadora, se acrescentaram, para tornar inviável que esse projeto pudesse se desenvolver na Casa de Rui Barbosa. Assim, o projeto será desenvolvido em outro espaço público, com todas as atividades enunciadas e com todo o empenho que sempre demonstrei no fortalecimento do pensamento crítico e na oposição ao pensamento único, assumindo com coragem e determinação os desafios que nos deixa o Brasil do Lula e que abre com esperança o Governo da Presidente Dilma.
Rio de Janeiro, 2 de março de 2011
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Leia matéria da Folha na íntegra e escute a entrevista de Emir Sader:
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