Seis por meia dúzia. Criação de mais um cargo público solicitado pelo prefeito Anderson Adauto foi aprovado, ontem, pelos vereadores de Uberaba. Enquanto fala em crise e faz cortes em áreas básicas, a cada dia a máquina sofre alteração em seu organograma, em altos cargos. O projeto original previa a implantação de vice-presidência para a Fundação Cultural com salário da ordem de R$ 6 mil (mais de 12 salários mínimos) mensais. Diante da sapateada de Marcelo Borjão, mudaram a redação, alterando o cargo para diretor de relações institucionais, com remuneração caindo em apenas R$ 700. O plenário disse amém, à exceção de Borjão e Itamar Rezende, que votaram contra. É uma vergonha!
Direção certa. O projeto não diz, mas comenta-se que a função visa a contemplar Wellington Félix, o Zuzu, do PCdoB, uma amarração política num ano pré-eleitoral. Concordo com o vereador Marcelo Borjão de que a medida abre precedentes para que outros cargos sejam criados. Eu continuo tentando, mas não entendendo a matemática do atual governo, que fala em crise aguda, inclusive com dívidas com o Instituto de Previdência do Servidor e renegociação de repasses a instituições assistenciais. A própria Fundação mesmo, há poucos meses, alegou dificuldade em acertar valores mínimos devidos a título de cachê para artistas contratados pela direção anterior do órgão. Alguém entende?
Fonte: http://www.jmonline.com.br/novo/?colunas,19,ALTERNATIVAApós recente audiência pública sobre cultura, onde o Presidente da FCU admite atrasos de até 4 meses para pagamento de artistas, fornecedores e outros; falta de planejamento na política cultural; desativação de praticamente 4 anos do Conselho Deliberativo da FCU e 2 anos do Conselho Municipal de Cultura; verba em torno de 3 milhões de reais/ano para a entidade, basicamente para pagamento de funcionários; distanciamento e desconfiança da classe artística, além de outros problemas que Rodrigo Mateus de forma transparente teve a coragem de expor para todos os presentes na audiência promovida pela Câmara, vemos agora a notícia da tentativa de criação de uma Vice-Presidência na FCU, parciamente não autorizada pelo legislativo.
É no mínimo inoportuno tal propósito. Em um momento onde busca-se a retomada da confiança do segmento artístico e o uso mais eficiente da verba pública para a cultura, tal notícia não se encaixa na proposta. O valor acrescido em si pode até ser baixo, dependendo do ponto de vista, mas para o artista uberabense que tem de literalmente "passar o chapéu" para ganhar míseros trocados, convenhamos, R$1.600 reais mensais, somam quase 20 mil/ano, sem falar no valor total do cargo em questão, de 5 mil mensal, chegando a 60 mil/ano. Com tal soma daria para apoiar dezenas de grupos locais, que verdadeiramente trabalham em pró da cultura uberabense, de forma praticamente voluntária e até apostólica, como bem diria o vereador José Severino.
Quando fazemos a conta, então, do montante anual recebido pela FCU, e a porcentagem que é efetivamente para projetos culturais, a situação fica ainda mais complexa. Obviamente que seu Presidente sabe disso e expôs para todos a real situação da entidade, se comprometendo a mudar esse quadro com a criação do SMS-Sistema Municipal de Cultura.
Politicamente no entanto, não haveria pior momento para o PCdoB pleitear tal mudança. Talvez a recente posse da ex-vereadora Marilda, mais do que merecida, à frente da Coordenadoria da Mulher, trazendo maior visibilidade ao PT, tenha sido um dos motivos dessa "mexida" de mal gosto na Fundação Cultural.
Quero aqui parabenizar os Vereadores Itamar e Borjão que votaram contra essa mudança.
Quero aqui parabenizar os Vereadores Itamar e Borjão que votaram contra essa mudança.
Que novos dias realmente venham, com a Lei de Incentivo, Fundo Municipal e Conselho Municipal de Cultura, mas também com um pouco de bom senso, que não faz mal a ninguém.
Carlos Perez (Cacá)
Nenhum comentário:
Postar um comentário