sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Novo cargo na Fundação Cultural gera polêmica

Seis por meia dúzia. Criação de mais um cargo público solicitado pelo prefeito Anderson Adauto foi aprovado, ontem, pelos vereadores de Uberaba. Enquanto fala em crise e faz cortes em áreas básicas, a cada dia a máquina sofre alteração em seu organograma, em altos cargos. O projeto original previa a implantação de vice-presidência para a Fundação Cultural com salário da ordem de R$ 6 mil (mais de 12 salários mínimos) mensais. Diante da sapateada de Marcelo Borjão, mudaram a redação, alterando o cargo para diretor de relações institucionais, com remuneração caindo em apenas R$ 700. O plenário disse amém, à exceção de Borjão e Itamar Rezende, que votaram contra. É uma vergonha!

Direção certa. O projeto não diz, mas comenta-se que a função visa a contemplar Wellington Félix, o Zuzu, do PCdoB, uma amarração política num ano pré-eleitoral. Concordo com o vereador Marcelo Borjão de que a medida abre precedentes para que outros cargos sejam criados. Eu continuo tentando, mas não entendendo a matemática do atual governo, que fala em crise aguda, inclusive com dívidas com o Instituto de Previdência do Servidor e renegociação de repasses a instituições assistenciais. A própria Fundação mesmo, há poucos meses, alegou dificuldade em acertar valores mínimos devidos a título de cachê para artistas contratados pela direção anterior do órgão. Alguém entende?
Fonte: http://www.jmonline.com.br/novo/?colunas,19,ALTERNATIVA

Após recente audiência pública sobre cultura, onde o Presidente da FCU admite atrasos de até 4 meses para pagamento de artistas, fornecedores e outros; falta de planejamento na política cultural; desativação de praticamente 4 anos do Conselho Deliberativo da FCU e 2 anos do Conselho Municipal de Cultura; verba em torno de 3 milhões de reais/ano para a entidade, basicamente para pagamento de funcionários; distanciamento e desconfiança da classe artística, além de outros problemas que Rodrigo Mateus de forma transparente teve a coragem de expor para todos os presentes na audiência promovida pela Câmara, vemos agora a notícia da tentativa de criação de uma Vice-Presidência na FCU, parciamente não autorizada pelo legislativo.
É no mínimo inoportuno tal propósito.  Em um momento onde busca-se a retomada da confiança do segmento artístico e o uso mais eficiente da verba pública para a cultura, tal notícia não se encaixa na proposta. O valor acrescido em si pode até ser baixo, dependendo do ponto de vista, mas para o artista uberabense que tem de literalmente "passar o chapéu" para ganhar míseros trocados, convenhamos, R$1.600 reais mensais, somam quase 20 mil/ano, sem falar no valor total do cargo em questão, de 5 mil mensal, chegando a 60 mil/ano. Com tal soma daria para apoiar dezenas de grupos locais, que verdadeiramente trabalham em pró da cultura uberabense, de forma praticamente voluntária e até apostólica, como bem diria o vereador José Severino.
Quando fazemos a conta, então, do montante anual recebido pela FCU, e a porcentagem que é efetivamente para projetos culturais, a situação fica ainda mais complexa. Obviamente que seu Presidente sabe disso e expôs para todos a real situação da entidade, se comprometendo a mudar esse quadro com a criação do SMS-Sistema Municipal de Cultura.
Politicamente no entanto, não haveria pior momento para o PCdoB pleitear tal mudança. Talvez a recente posse da ex-vereadora Marilda, mais do que merecida, à frente da Coordenadoria da Mulher, trazendo maior visibilidade ao PT, tenha sido um dos motivos dessa "mexida" de mal gosto na Fundação Cultural.
Quero aqui parabenizar os Vereadores Itamar e Borjão que votaram contra essa mudança.
Que novos dias realmente venham, com a Lei de Incentivo, Fundo Municipal e Conselho Municipal de Cultura, mas também com um pouco de bom senso, que não faz mal a ninguém.
Carlos Perez (Cacá)

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